– Ahhhhhdalbertoooooo! O grito transformado em meu nome ecoa em todos os cômodos do apartamento.
– Que foi meu amor? Chego esbaforido mais do susto que da carreira de cinco passos. Uma aranha? Uma barata?
– Não! Aqui, ó! Diz ela com uma cara de choro apontando pra própria região púbica.
– Se tacou na quina da pia? Se cortou? Continuo tentando descobrir a razão do grito, feliz por não ser nem a aranha nem a barata.
– Um pêlo! As lágrimas já surgindo.
– Bom! Geralmente eles nascem nesta região na época da adolescência...
– Não! Um branquinho, aqui, ó!
– Ahn, sei! Esta é outra coisa que aparece com o tempo. Contemporizo. Destes eu ainda não tive, mas veja, minha cabeça já tá grisalha e você tem alguns cabelos brancos nas têmporas.
– Tenho sim, mas são poucos e eu arranco!
– Pois arranque. Mulheres fazem isso com naturalidade! Eu mesmo acho uma tortura incomparável! Parece até com uma tirinha antiga do Angeli, a Rêbordosa pendurada de pernas abertas e alguém arrancando seus pentelhinhos com pinça um por um.
– Não é isso! É que é só o começo! Depois desse vão aparecer vários!
– Meu amor, ligue não. A Minha barba tá ficando branquinha e já achei até uns branquinhos até nas minhas narinas.
– Mas você é homem! Homem não liga pra isso! Mulheres sempre pintam os cabelos quando eles começam a esbranquiçar!
– Pintar?
– Sim! De fúcsia! Eu nunca vi um pipiu fúcsia!
– Você tá me gozando!
– Não, sério! Aí eu tiro uma foto e coloco na internet com uma chamada assim: o Pipiu Fúcsia! Milhões de acessos! Vendo uns banners, ficamos ricos!
– Sai daquiiiii!
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