domingo, 17 de abril de 2011

PASSA 1


Faz um tempo que eu penso nos diversos episódios de trânsito que passo ou que ouço dos meus amigos e familiares...

Pronto! Um blog de trânsito! Preciso de um nome de efeito!

Vou falar de um jeito engraçado, ou não, do que eu considero o pior motorista do mundo, o cearense! Obviamente que a minha capacidade de comparação não vai muito longe, mas opiniões não precisam ser abalizadas; podem estar influenciadas por um sem número de sentimentos e impressões mal formadas... Mas aí, que não pode ter motorista pior!

Não é uma questão de não saber dirigir, é principalmente falta de educação e egoísmo extremo! Mas vá lá! Como dizia Jack, vamos por partes.

O que é saber dirigir?

Aí eu vou pedir ajuda pros cidadãos que sei-lá-por-que-fatalidade-do-destino resolveram me ler. Podia ter feito uma pesquisa aprofundada, comprar um daqueles manuais com os quais a gente estuda pra tirar a carteira, pesquisar no Goolge: “o que é saber dirigir”, podia, mas será que é tão difícil assim ter bom senso pra responder esta pergunta? Aparentemente não, mesmo que neste caso o “faça o que eu digo, não faça o que eu faço” nunca tenha sido tão aplicado. Ainda assim eu gostaria de ouvir outras opiniões além da minha.

Acredito que dirigir é, antes de tudo, um ato social. Existem as tem leis, mesmo que discordes delas; e tem o convívio com outras pessoas, mesmo que pra botar o “cotoco” pra fora da janela e gritar PAUNOCÚ, FILHODAPUTA, IMBECIL (barbeiro caiu em desuso – vale aqui a busca da origem do elogio); precisa mais do quê pra definir o que diferencia uma pessoa normal de um sociopata?

Exatamente! A maioria dos cearenses, e aí o leitor de outro estado pode estar dizendo Aqui é igualzinho, uma vez que entram atrás de uma direção, e às vezes no banco do carona também, se tornam verdadeiros sociopatas! Tipo o desenho animado da Disney com o Pateta: O Senhor Andante e o Senhor Volante ⇨.

Saber dirigir é saber conviver com leis e com o direito dos outros. Além disso, cabe a cada um ser gentil, ou não, tentar ajudar, ou não, alguém que não consegue entrar numa avenida engarrafada, mesmo que seja um Corcel 2 fudido, fumacento e barulhento, dirigido por um caboco que parece que acabou de sair da limpeza de uma fossa (não temos chaminés por aqui) e que esteja olhando com dificuldade por cima de uma direção gigantesca! Deixar passar uma loirinha com cabelo feito chapinha e óculos escuros maiores que a cara, que me lembram a Kelly Key, é muito fácil! Vai gatinha, passa. QUALÉ? Tu achas realmente que vais fazer ponto com uma mina que no máximo tu vais ver o cocuruto por cima do encosto do banco dianteiro dela por uns cinco minutos? Isso tem de valer pra todo mundo. Depois tu consegues emparelhar e descobre que é um surfista parafinado de traços andróginos e que, pra teu azar, ainda sorri pra ti! Aí tu viras a cara e faz de conta que não é contigo: abre sinal, abre sinal, abriu! VRUUUUMMMMMMM.

É. Foi pensando nessas e outras que resolvi lançar a campanha:

Passa 1

Sei, sei: três-três-passará. Mas a campanha, com ou sem adesivo no vidro lateral, que no de trás o indivíduo que vai entrar na rua nem conseguirá ver, é deixar passar pelo menos um carro quando tu te encontrares nesta situação. Não é deixar passar vários carros, senão tu prejudicas a fila onde estás que provavelmente é muito mais densa. Se cada um fizer isso, com bastante paciência no coração, isso pode ser somente o passo inicial para uma mudança de atitude do motorista cearense.

Será? Pode ser que não seja o bastante. Pode ser que não dê em nada. Mas e daí? O que tu tens a perder? Pode ser que o carinha está atrás de ti não tenha a mesma disponibilidade, pode ser que tu não consigas comover nem o motorista beneficiado, mas devagarzinho isso vai mudando, e tu estarás fazendo a tua parte.

E aí? PASSA 1?

~*~

Um comentário:

  1. essa aí passou!
    essa aí passou!
    essa aí passou!
    heheh
    Falar em trânsito... passa boi, passa boiada.

    Tem que ver que tem mulher que é de parar a avenida; quem mora na aldeota sabe, e é por isso mesmo que lá é tão engarrafado...

    Não nos venham pobres intelectuais dizer que a Aldeota é o centro expandido, não, não é mesmo; no centro se vc for dar chance pra cumade passar ela vem à janela do seu carro dizendo: Dez o Boquete, 20 o pógrama, 30 completo, 40 com quarto, 50 sem camisinha e por aí vai até onde sua imaginação conseguir chegar...

    Essas previsões e pré-definições dos arquitetos urbanistas só acompanham as transformações no espaço e muitas vezes esquecem o lado sociológico da coisa.

    No Centro, a noite, as vitrines são os vidros fechados dos automóveis. Você passa e é visto, só falta saber o seu preço... o contrário do que ocorre na aldeota.

    Na aldeota, veja só: se vc interpela uma puta no meio da rua, ela só falta se passar por donzela, rsrs... -O quê? Você deve estar me confundindo. Não estou te entendendo... se você continuar a me perguntar em público quanto é o programa eu te processo!

    E o cara diz: -Passa, fia... (querendo na verdade que ela ficasse [só mais um pouquinho] com você).

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